A Aprosoja-GO Mulher, comissão especial da Aprosoja-GO, participou do 4° Congresso Nacional da Mulheres do Agronegócio na terça e quarta-feira (08 e 09/10) desta semana, em São Paulo. A comitiva goiana teve a participação de produtoras, esposas, filhas e irmãs de associados da Aprosoja-GO sediados em Rio Verde, Catalão, Silvânia, Ipameri, Uruaçu e Goiatuba.
O evento promoveu troca de experiências e contatos entre mulheres de todo o País – este ano, foram 2.000 participantes. Também foi uma boa oportunidade de divulgar a Aprosoja-GO Mulher e reforçar um dos motivos que levaram à sua criação, em dezembro de 2018: aproximar quem já faz parte do agro, principalmente aquelas que não participam diretamente da atividade.
A presidente da Aprosoja-GO Mulher, Márcia Barzotto, ainda trocou ideias com mulheres ligadas às Aprosojas Mato Grosso, Tocantins e Bahia, levando a sugestão de que essas estaduais também formem comissões femininas como a de Goiás.
“Durante o evento tivemos mais certeza que a mulher tem capacidade e voz ativa para mostrar ao mundo o agro responsável e sustentável que é praticado aqui”, frisou Márcia. “Nesse aspecto, a Aprosoja Mulher tem grande oportunidade de atuação, unindo as mulheres e fortalecendo essa voz”, destacou a presidente da comissão.
Governança e sucessão
Antes do Congresso, na segunda-feira (07), também em São Paulo, integrantes da Aprosoja-GO Mulher participaram de um bate-papo sobre Sucessão Rural e Governança na sede do Rabobank Brasil. A gerente de Consultoria em Governança, Planejamento Estratégico, Finanças e Gestão para o Agronegócio, Daniela Sampaio, conduziu a conversa entre gestoras do banco e produtoras de Goiás e da Bahia.
Daniela detalhou alguns dos motivos que fazem apenas 30% das empresas familiares no Brasil chegarem à 2ª geração e somente 13% alcançarem a 3ª geração – sendo que 65% das rupturas nas empresas familiares estão ligadas a brigas, especialmente na transição entre as gerações. Daí a importância de um planejamento sucessório bem feito.
Com base na experiência de trabalho com sucessores e gerentes financeiros das empresas rurais, Daniela ressaltou que a sucessão é um processo complexo por envolver relações familiares em níveis variados (filhos, netos, sobrinhos, genros, noras, etc). Segundo ela, a governança é necessária justamente para “deixar tudo claro e evitar o campo minado dos conflitos”.
Daniela lembrou ainda que a sucessão familiar deve começar no berço e não é mais simplesmente uma “passagem de bastão”. “É muito valoroso que as gerações caminhem juntas, mas para isso é preciso sentar e ver como serão esses anos juntos, porque podem ser 10, 20, 30 anos”, disse.
A gerente do Rabobank também destacou que governança e gestão não devem ser vistas como algo ruim, mas sim um desafio que só chega para empresas que cresceram e deram certo. “A governança nunca para, é uma trajetória, não um destino”, completou.